A revolução do bom senso
Rafael Nogueira
1/22/20253 min read


A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos marca um retorno às diretrizes de seu primeiro mandato, já experiente, não mais um estreante. Ele não defende inovações exóticas ou construções utópicas, mas reafirma verdades que sustentam a ordem natural e a racionalidade cotidiana. Ao declarar que fará uma "revolução do bom senso", Trump se propôs a recuperar verdades fundamentais que, por séculos, foram o alicerce da razão comum, mas que hoje são distorcidas por ideias que insultam o óbvio.
Essa apologia ao bom senso ecoa o pensamento de Thomas Reid, escocês cuja filosofia do senso comum sustenta a ideia de que certas verdades são auto evidentes e universais. Essas verdades orientam o ser humano no mundo e resguardam a sociedade da desordem imposta com arrogância e autoritarismo por setores da mídia e da academia. Trump propõe não uma revolução que subverta a ordem, mas um resgate daquele equilíbrio que se perdeu.
Essa visão se manifesta em ações concretas, como a decisão de retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde. O argumento é direto: os EUA financiavam desproporcionalmente a organização, enquanto outros países, como a China, contribuíam menos, mesmo sendo o epicentro de crises como a pandemia de COVID-19.
Outro exemplo claro dessa "revolução" é o decreto de Trump promovendo a arquitetura "tradicional e clássica" para edifícios cívicos federais. Em vez de construções modernas, Trump exige que os edifícios cívicos representem beleza, ordem e identidade nacional. A medida, descrita no "Designing Beautiful Public Spaces Act", instrui os chefes dos departamentos do governo a apresentarem planos para elevar e enobrecer os espaços públicos. Essa iniciativa reflete a compreensão de que os espaços públicos moldam o ethos de uma sociedade. Arquitetura não é só estética, é também política e civilização.
Essa visão encontra paralelo no legado de Roger Scruton. O filósofo britânico argumentava que a arquitetura moderna muitas vezes abandonou os valores de harmonia e tradição, substituídos por formas que desumanizam as cidades. Como conselheiro do governo britânico, Scruton liderou esforços para recuperar o apreço pela arquitetura clássica, combatendo o que chamou de "vandalismo arquitetônico".
A posse de Trump nos faz pensar em 2026. Jair Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto com 34%, seguido por Lula, com 28%. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, desponta como uma surpresa significativa. Apesar de não se declarar candidato, alcança quase 14%. Seu desempenho se destaca ainda mais quando se considera que seu nome surgiu do nada, neste final de 2024, que não faz campanha por si próprio, e que não conta com nenhum apoio de mídia. Eduardo é especialmente popular entre mulheres e jovens, segmentos que sempre representam desafios para conservadores. Sua ascensão reflete uma busca por lideranças autênticas, alinhadas com valores tradicionais.
Entre jovens de 18 a 24 anos, o descontentamento com o governo Lula é evidente: 51% desaprovam sua gestão, enquanto apenas 42% a aprovam. Essa geração, decepcionada com as promessas de prosperidade não cumpridas, busca líderes que defendam a liberdade de pensar e de falar sem medo, que respeitem o dinheiro do contribuinte, que não deem moleza para bandido.
A revolução do bom senso bem que poderia vingar por aqui também, recuperando nos corações o que é duradouro: verdade, tradição, liberdade. Jair e Eduardo Bolsonaro simbolizam esse movimento no Brasil, resgatando princípios que sempre sustentaram sociedades equilibradas e prósperas. O bom senso, essa razoabilidade natural e espontânea, é a espada que se levanta contra os delírios de cada época.
Publicado 22/01/2025 00:00 no Jornal O Dia
https://odia.ig.com.br/colunas/rafael-nogueira/2025/01/6989812-a-revolucao-do-bom-senso.html