Mundial de Clubes 2025
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Rafael Nogueira
6/20/20252 min read


Falar de futebol é divertido, mas é também literatura. Foi num contexto de futebol que Nelson Rodrigues criou o conceito de “complexo de vira-latas” — aquele sentimento de inferioridade que hoje virou até termo acadêmico, usado como se fosse verdade absoluta. Nelson cunhou a expressão depois da tragédia da Copa de 1950, quando o Brasil perdeu em casa para o Uruguai.
Agora, em 2025, vivemos um vira-latismo 2.0. Dizem que nosso maior herói tem que se aposentar (eu não digo, mas ouço muito por aí). Que não temos mais jogadores de nível mundial. Que o futebol brasileiro morreu. Daí vamos visitar os “deuses” no Olimpo do futebol, com seus elencos milionários, suas ligas hypadas, e… estamos indo muito bem, obrigado.
O que acontece?
Antes de aprofundar essa reflexão (vou deixar pros stories de hoje), quero explicar o que foi essa ocasião histórica que nos deram para provar, mais uma vez, que nosso futebol não é coisa do passado.
É uma nova Copa: a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, primeira edição. O torneio nasceu pra ser a “Copa das Copas” entre clubes, depois que perceberam que as torcidas são muito mais intensas pelos clubes do que pelas seleções. Será?
Já existia um Mundial de Clubes, com só 7 participantes, mas não dava ibope nem dinheiro. Agora são 32 times, num formato parecido com a Copa de seleções: fase de grupos, mata-mata, clima de grande evento. De quatro em quatro anos. E com clubes do mundo todo.
A primeira edição acontece nos EUA, como parte da estratégia da FIFA de popularizar o futebol por lá. (A Copa de seleções de 2026 também será lá.)
Participam os campeões continentais dos últimos anos e alguns convidados por ranking. São 12 clubes da Europa, 6 da América do Sul, 4 da Ásia, 4 da África, 4 da América do Norte, 1 da Oceania e 1 do país-sede.
O Brasil tem quatro representantes: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.
Cada um deles é o Brasil. É a América do Sul. É a Libertadores. Até a Argentina está torcendo por nós.
E é nesse palco, montado pra europeu brilhar, que os brasileiros estão mostrando que ainda sabem jogar bola. Que o futebol brasileiro, com sua imprevisibilidade e talento, ainda é uma força que o mundo tem que respeitar.